"Embriaguem-se
É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher." (Charles Baudelaire).
Dependendo da situação, gosto de tudo no lugar, mas quem sabe o que é a medida certa para mim? Eu...
O meu meio termo talvez seja o exagero, daquilo que pertence ao meu ser desde antes de mim.
Exagerar, ultrapassar, visionar, nada em comum, nada a declarar. Por causa de que simplesmente não se pode compreender a tudo e a todos?
Não quero tal cousa...
Quero entender apenas aquilo que faz a diferença, mesmo de forma pouca.
Da forma mais eloqüente, tentas enriquecer, não importa riqueza de que. Mas como compreender a maldade alheia, como compreender a bondade alheia, acabou o natural, acabou a alma, acabou.